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O TREM DO SERTÃO – MONTE AZUL

por Juliano F. Teles

EXIBIÇÃO: Rede Minas, nesta terça-feira, dia 08/02/22, às 20:00h, reapresentação na quinta-feira(10/02) às 23:00h e no domingo(13/02) às 13:00h, também ao vivo pelo site www.redeminas.tv no link ao vivo.


Esse episódio é o último sobre o trem do sertão, e está cheio de emoção, pois se fala muito na última viagem do trem de passageiros pelo sertão mineiro, no ano de 1996.

Durante 10 anos, havia trem de passageiros apenas no trajeto entre Montes Claros e Monte Azul. Aquele trem de passageiros era muito importante para a população dessa região, carente de recursos e longe dos centros urbanos. De modo que quando o trem de passageiros foi extinto, em 1996, houve muito choro e desespero. Além das várias estações abandonadas pelo caminho, muitas pessoas também deixaram suas casas para viver em outro local.

Em Pai Pedro, nos deparamos com uma estação em perfeito estado, toda revitalizada, que hoje abriga a Casa da Memória de Pai Pedro.

Em Catuti, última parada do trem antes do destino final em Monte Azul, a estação também foi revitalizada, mas no momento estava fechada para abrigar também um museu, um centro de memória, para que a história da estação não se perca.

Catuti não era para existir, e existe somente por causa da estação. O local serviu por muito tempo como alojamento para os funcionários da ferrovia. Tem uma curiosidade no nome de Catuti, pois ali existia muito o animal caititu, e como os engenheiros eram estrangeiros, eles tiveram dificuldade para pronunciar o nome do bicho, e a estação ficou sendo chamada de Catuti.

Última parada da nossa viagem: Monte Azul. A cidade tem esse nome por causa dos lindos montes azuis que cercam o local. O sol bate tão forte nas montanhas de pedra, que elas se tornam azuis, dependendo da posição do sol, e de onde se olha.

A estação ali era muito movimentada, pois além de ser o destino final do trem do sertão, havia um entroncamento ali que levava os passageiros a uma baldeação que seguia para a Bahia.
O fim do trem de passageiros também afetou muito o local, que contava com muitos trabalhadores.

O destaque para esse programa vai para a última viagem do trem de passageiros do sertão, ou trem baiano como também era chamado. Trem do sertão pois, de Belo Horizonte a Monte Azul, adentrava o sertão, passando por vários locais ora desabitados, e trem baiano, porque levava passageiros principalmente da Bahia até o Sudeste do país. Por 10 anos, o trem de passageiros percorreu somente o trecho de Montes Claros e Monte Azul. E em 1996 houve a última viagem do trem do sertão, e houve muito choro e lamentação. Conversamos com escritores e jornalistas que fizeram essa viagem e relataram o que aconteceu. O último vagão foi destinado a jornalistas e escritores
Uma curiosidade é como várias pessoas escolheram viver em Monte Azul. O local é muito acolhedor. Vários baianos que foram trabalhar no trem de passageiros resolveram viver na cidade mineira, como é o caso de Juracir Correa Lima, que estudou junto com Moraes Moreira.

Entrevistados

Jorge Patrício de Medeiros Almeida
professor de língua portuguesa e inglesa
Jorge patrício, de Corinto, volta a esse episódio para falar sobre a última viagem do Trem do sertão, a qual ele fez e escreveu um poema sobre esse dia.

Melinda Chaves
escritora
Melinda, de Montes Claros, também conta como foi essa última viagem, com muito choro por ser a última.

Ednalva Silva Pereira
professora
Ednalva não estava dentro do trem na última viagem. Mas ela se lembra muito bem do dia. Ela é de Pai Pedro, e nessa época dava aulas na escola da cidade, que organizou uma manifestação contra o fim do trem de passageiros. Seus alunos levaram uma grande faixa, a bandeira do Brasil, e foram os responsáveis pelo choro do maquinista Moacir, que teve de parar o trem nessa localidade, em Pai Pedro. Hoje ela é a responsável pela Casa da Memória de Pai Pedro, que fica na estação ferroviária e conta a história da ferrovia na cidade.

Moacir dos Reis Soares
ferroviário aposentado
Moacir, de Montes Claros, volta nesse programa para falar também sobre a última viagem, da qual ele participou como supervisor dos maquinistas.

Constantino Gaudêncio dos Santos
ferroviário aposentado
Natural de Pai Pedro, tem muito orgulho de ter feito parte da história da estação ferroviária de Pai Pedro. Ele trabalhava na manutenção da via permanente, e hoje na casa da memória de Pai Pedro, que fica na estação, tem uma parte dedicada a ele.

Alcir Rodrigues Chaves
ferroviário aposentado
Natural de Montes Claros e filho da Melinda Chaves, foi o último chefe da estação em Catuti, última parada antes do destino final do trem do sertão.

Alberto de Oliveira Bouchardet
Professor
Alberto é um dos fundadores da ONG Amigos do trem baiano, que por muitos anos lutou pela continuação do trem de passageiros. Alberto percorreu, a pé, o caminho feito pelo trem de Belo Horizonte até Monte Azul. Levou meses para tal, e se impressionou com a histórias de sofrimento pelo fim do trem que foi ouvindo pelo caminho.
Ele que é natural de Belo Horizonte, escolheu Catuti para viver, onde trabalha com projetos sociais e educativos com as crianças do local.

José Pereira da Silva
eletricista e escritor
José é paranaense e também escolheu Monte Azul para viver. Ele escreveu um livro sobre a história da cidade, cercada de curiosidades e histórias de coronelismo.

Maria da Conceição Oliveira
professora aposentada
Se lembra de quando o trem passou por Monte Azul pela primeira vez, em 1947.

Paulo Fernando Neves Alves
ferroviário e professor aposentado

Juracir Correa Lima
ferroviário aposentado

Prefeitura Municipal de Monte Azul / MG
Administração Aliança para o progresso.
ASCOM – Assessoria de Comunicação
08 de Fevereiro 2022 – 12:17
@prefeiturademonteazul

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