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Histórico de Monte Azul – MG

por Juliano F. Teles

Tremedal, como se chamou antigamente, era parte da capitania da Bahia, seu território estava dentro dos domínios da Casa do Conde da Ponte, que fundava fazendas com colonos e escravos e arrendavam outras. Mencionam-se como primeiros povoadores Maria do Rosário e o Português Pompeu, além de outros que se fixaram pelas vizinhanças. “Reza a tradição oral que muitas índias, na flor da idade, foram agarradas a dente de cachorro, segundo a expressão popular, domesticaram-se, casaram-se, tiveram filhos, com os primeiros exploradores, cujos descendentes contam hoje numerosa progênie”.
Depois do fracasso das Capitanias hereditárias, o rei de Portugal resolveu adotar o Sistema Sesmarias. Tal medida visava colonização mais rápida do interior brasileiro. Para tal fez o rei português concessões de sesmarias, seguindo critério de beneficiar alguns potentados como o abastado Garcia D’Ávila, fundador da Casa da Torre. A imensa faixa de terras da margem direita do Rio São Francisco, compreendida do litoral ao Rio das Velhas, com largura nunca inferior a 30 léguas (180 quilômetros), constituía os latifúndios de duas casas apenas: A Casa da Torre e a Casa da Ponte.
Repetidas concessões asseguraram-lhe e aos seus sucessores o senhorio das terras compreendidas entre os rios, Real e São Francisco, até o Rio Verde (e do sul). Algum tempo depois, seguiu-lhes aquele que foi o mestre do Campo Regente do São Francisco – Antonio Guedes de Brito, rico fazendeiro em Morro do Chapéu – fundador da Casa da Ponte. A sesmaria da Casa da ponte, que se estendia do Morro do Chapéu ao rio das Velhas, ficava compreendida entre o curso do rio São Francisco e uma linha que correndo pelas cabeceiras dos rios Salitre, Jacuípe, Paraguaçu, Contas e Brumado, cortando os rios Santo Antonio e Gavião, ia ter às cabeceiras do Rio Pardo.
Antônio Guedes de Brito (Conde da Ponte) depois de arrendar parte de suas terras a alguns, fazendeiros, deliberou vendê-las, dando preferências àqueles que já a ocupavam.
1815 – Maria Rosária da Rocha Pereira paga ao Conde da Ponte a quantia de 10$000, referente ao arrendamento sitio Nº 068 – Sitio do riacho Seco (30/10/1815) conforme livro de Códice;
1818 – Maria Rosária compra o sitio nº 068 por 300$000. Final do séc. XVIII Maria Rosaria doa terreno para a construção da Matriz em devoção a Nossa Senhora das Graças, representando um esforço de dar organização ao grupo ali reunido;
1840 – Lei nº 167 transfere o distrito de Tremedal do município de Formiga para o de Grão Mogol;
1850 – Tremedal passa a ser distrito de Rio Pardo;
1868 – O povoado foi elevado a condição de Paróquia Boa Vista do Tremedal – pela Lei Provincial nº 1.593, de 30/07/1868. Seu primeiro vigário foi o padre Boaventura Cerqueira Pinto, que a paroquiou até 1871;
1870 – Sede da freguesia é transferida para Lençóis do Rio Verde (Espinosa);
1872 – Sede da freguesia volta a ser Tremedal;
1878 – Separa-se do município de Rio Pardo de Minas (09/11/1881) e se transforma em município, com a denominação de Boa Vista do Tremedal;
1890 – Foi nomeado, no mês de dezembro, o vigário Padre Lúcio Antunes de Souza, transferido para outra paróquia em agosto de 1893;
1881/1884 – Primeiro dirigente constituído: Manoel Olimpio Fernandes;
1887 – Lei Provincial nº 3.485 de 04/10/1887 concede foros de cidade. É a emancipação política;
1903 – O Agente Executivo (Presidente da Câmara Municipal) Cel. Jonathas Carlos de Oliveira, inaugura o Mercado na Praça Municipal (hoje, Praça Cel. Jonathas), que custou aos cofres públicos a quantia de Rs. 12:961$739(doze contos, novecentos e sessenta e um mil setecentos e trinta e nove reis), com a participação da população e as bênçãos do Padre Guilhermino José Fernandes;
1907 – Em 1º de setembro de 1907, tomou posse da paróquia o Pe. Jose Camilo de Souza que aqui esteve, como vigário até o dia 13 de agosto de 1923. Que foi obrigado a deixar a cidade, em função da perseguição do chefe político de então Cel. Donato Gonçalves Dias;
1923 – Lei Nº 843 de 07/07/1923, a cidade passa a denominar-se simplesmente Tremedal. Por força desta lei, perde os distritos de Espinosa, Santo Antonio de Mamonas e Itamerim, desmembrados para constituírem o novo município de Espinosa;
1924 – 24 de novembro, foi nomeado vigário o Cônego Adriano João Uarcheu. Faleceu em 15/03/1926 e seu corpo se encontra sepultado na Matriz local;
1927 – 11 de março de 1927, o Cel. Donato Gonçalves Dias, abandona a cidade por perseguição política;
1930 – Coronel Levy Souza e Silva que tinha o cargo de vice-presidente da Câmara assume a prefeitura de Tremedal
1931 – Coronel Levy Souza e Silva, aos 25 anos assume a prefeitura, por nomeação do governador. Cel. Levy e voluntários patrióticos que participaram da Revolução de 1930, visitam o então governador mineiro Olegário Maciel;
1937 – Chega a primeira instalação de luz de caldeira da cidade.
1938 – o Decreto – Lei Estadual nº 148 de 17/12/1938, instituído a divisão territorial Judiciário Administrativa do Estado. Na divisão mencionada, o município figura constituído por quatro distritos: Monte Azul, Gameleiras, Mato Verde e São João do Bonito.
Monte Azul – recebeu este nome por sugestão de Coronel Levy em homenagem as serras da cidade (Serra Geral e Serra Ginete) que circundam a cidade e tem a tonalidade azul.
1939 – Uma das piores secas já enfrentadas pelo município, quando as pessoas eram obrigadas a comer raízes de umbu, fruta nativa da região, para se alimentarem.
1940 – Chega a energia era com gerador Termo Elétrico que era ligada às 18:00 e desligada às 23:00, após ser dado os dois sinais (apagava e acendia) às 22:30 e 22:45;
1947 – Inaugurada em 10/09/1947 a Agencia da E.F.C.B. (Estrada de Ferro Central do Brasil) que ligava Monte Azul à Belo Horizonte, logo depois houve a chegada da E.F.L.B (Estrada de Ferro Leste Brasileiro) ligando Monte Azul a Salvador, fazendo o entroncamento das duas vias férreas, em 30/09/1957, com a unificação de todas as vias férreas ficou denominada como R.F.F.S.A ( Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima), que privatizada em 1996, hoje, com o nome de F.C.A ( Ferrovia Centro Atlântica).
1948 – Inaugurada a caixa d’água provisória que abastecendo a cidade com água, vinda da Serra Geral, através de caneletas de madeira;
1953 – O município perde os distritos de Mato Verde e São João do bonito, desmembrados para constituírem o município de Mato Verde;
1960 – Inaugurada em Monte Azul a primeira agência bancaria da cidade, a extinta Minas Caixa.
1962 – Após 24 anos no poder, Cel. Levy perde o comando de Monte Azul nas eleições para o Dr. Porfírio dos Reis Leal;
1964 – Dr. Leal inaugura a sede do Posto de Saúde ( Rua Presidente Vargas);
1970 – Aos 20 dias de fevereiro um grupo de pessoas instituíram a Fundação Medica Assistencial Major Domingos de Deus Correa para a construção de um Hospital, em um terreno doado pelo sr Domingos de Deus Correa.
1971 – No mês de junho chega à Monte Azul a COPASA-MG (Companhia de Abastecimento de Minas Gerais)
1975 – Chega em Monte Azul a CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais, substitui o DAE – Departamento de Água e Energia.
1976 – A Fundação Major Domingos de Deus Corrêa Inaugura o Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças
1977 – Chegam na cidade o Banco Bradesco e o Banco do Nordeste do Brasil S/A;
1984 – Fundado o grupo de Teatro Crepúsculo que fez várias apresentações no Norte de Minas até 1995.
1987 – Prefeito Joaquim Gonçalves Sobrinho e população comemoram o Centenário da cidade;
1988 – Inaugurada agência do Banco do Brasil S/A.
1988 – Inaugurado asfalto que liga Monte Azul a Janaúba.
1990 – Inaugurado o prédio atual da Escola Estadual de Monte Azul;
1990 – É fechada a agencia do Bradesco.
1991 – Implantada a Junta de Conciliação e Julgamento;
1992 – Monte Azul perde o distrito de Otinolândia e inaugura a Barragem do Angical, pondo fim aos problemas de abastecimento de água potável da cidade;
1993 – Destruída toda lavoura de algodão da região, com a invasão do BICUDO;
1995 – Desmembramento do distrito de Gameleiras do município de Monte Azul;
1996 – 04 de setembro, última viagem do trem de passageiros – Monte Azul a Montes Claros;
1997 – Tromba d’água causa enchente em Monte Azul destruindo parcialmente a cidade;

Fonte: JEEMA – Jornal da Escola Estadual de Monte Azul.

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